Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára /para, péla (s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo (s)/polo(s) e pêra/pera.
A palavra é composta basicamente por fonemas e letras. Estas, por sua vez, são classificadas em vogais, semivogais e consoantes. A base de toda sílaba é a vogal, logo, é correto afirmar que não existe sílaba sem vogal. A partir dessa afirmação, surge uma pergunta, é possível uma sílaba possuir duas vogais? Acompanhe as explicações:
O encontro vocálico é a presença na mesma sílaba, ou em sílabas diferentes, de dois sons vocálicos (Atenção! Sons vocálicos, e não vogais). O que isso significa? Que é um equívoco afirmar que no encontro vocálico há a presença de duas vogais. Isso não pode acontecer, e a explicação é simples: cada sílaba só possui um núcleo, ou seja, uma vogal. Portanto, o encontro vocálico acontece quando uma vogal e uma semivogal encontram-se na mesma sílaba sem que entre elas haja uma consoante.
O encontro vocálico divide-se em ditongo, tritongo e hiato. A seguir, acompanhe a definição de cada um deles:
Ditongo
É o encontro na mesma sílaba entre uma vogal e uma semivogal. Existe uma grande dificuldade em diferenciar vogal de semivogal porque, em geral, todas podem exercer os mesmos papéis, logo, a única maneira para diferenciá-las é pronunciar as palavras e reconhecer quem está exercendo a função de núcleo da sílaba e quem não está. Por que considerar isso é importante? É simples, a vogal, por ser base ou núcleo da sílaba, será pronunciada de forma clara, forte; enquanto o som da semivogal ficará menos nítido.
Veja os exemplos:
Caixa (Cai-xa)
Mau (mau)
Em que palavra o u exerce o papel de vogal? Na primeira, não é mesmo? Já que na palavra baú, distingue-se nitidamente a presença do a e do u, portanto, ambos são considerados vogais e são a base da sílaba, por isso, não podem ficar juntos. Já em mau, só há um som percebido com nitidez, o do a, enquanto o u fica quase imperceptível. Caso tenha dúvidas nessa afirmação, pronuncie novamente as palavras e você perceberá a diferença.
Os ditongos podem ser classificados quanto à posição dos fonemas (crescente ou decrescente) e quanto à sonoridade (orais e nasais).
1 - Classificação quanto à posição dos fonemas (vogal e semivogal):
Ditongo crescente: possui esse nome porque realmente está havendo um crescimento sonoro, já que parte do “som fraco” da semivogal para o “som forte” ou mais nítido da vogal.
SEMIVOGAL → VOGAL = Ditongo crescente
Ditongo decrescente: se está decrescendo, está saindo do som “mais forte”, ou seja, o da vogal, para o som “mais fraco” ou menos nítido, o da semivogal.
VOGAL → SEMIVOGAL = Ditongo decrescente
2 - Classificação quanto à sonoridade: essa classificação é definida pelo local em que o ar passa, se totalmente pela boca ou pela boca e pelo nariz. Veja:
Ditongo oral: o ar sai totalmente pela boca.
Ex.: rei, leite, silêncio.
Ditongo nasal: além de passar pela cavidade bucal, também passa pela nasal.
Ex.: pão, mãe, realizam.
Tritongo
No tritongo, há a presença de duas semivogais e uma vogal. Como já foi dito, a vogal é o núcleo da sílaba, logo, o tritongo apresenta-se assim:
SEMIVOGAL + VOGAL + SEMIVOGAL
Os tritongos também podem ser orais e nasais, acompanhe os exemplos:
Tritongo oral: Paraguai
Tritongo nasal: Saguão
Hiato
O hiato é o encontro de dois sons vocálicos, que embora estejam juntos na palavra, pertencem a sílabas diferentes. Isso acontece porque na mesma sílaba não pode haver dois núcleos.
Veja os exemplos:
Saúde
Saída
Baú
ATENÇÃO:
Na hora da divisão silábica, os ditongos e os tritongos permanecem na mesma sílaba, enquanto no hiato as vogais ficam em sílabas diferentes.