terça-feira, 2 de abril de 2013

ARTE - A SEMANA DE 22


SEMANA DE ARTE MODERNA
Evento que inaugura modernismo no Brasil

Cartaz da Semana de Arte Moderna
Com o objetivo de discutir a identidade nacional, compreender a cultura brasileira e os rumos das artes, artistas e intelectuais organizaram nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, a Semana de Arte Moderna - marco do movimento modernista no Brasil.

O evento, que também envolveu representantes de outros segmentos da sociedade -políticos, educadores, empresários e trabalhadores-, acabou trazendo à tona discussões sobre os rumos da nação, propostas de reforma da Constituição de 1891 e até da sociedade.

Na época, a Europa ocupava uma posição de vanguarda e, sob essa influência, teve início a discussão de uma nova identidade artística para o país.

A semana começou com uma conferência do escritor Graça Aranha, intitulada "A emoção estética da arte moderna", e contou com diversas outras participações de escritores, pintores, escultores e músicos, a exemplo de Mário de Andrade, Oswald Andrade , Menotti Del Picchia , Luís Aranha, Sérgio Buarque de Holanda , Anita Malfatti , Di Cavalcanti, Vitor Brecheret , Wilhelm Haerberg e Heitor Villa-Lobos.

Houve vaias e críticas, especialmente dos defensores do academicismo, mas o saldo foi a entrada do Brasil na modernidade.


Embora o movimento modernista não se resuma à Semana de Arte Moderna ou a São Paulo, foi esse evento que disseminou as idéias que expressavam os tempos modernos - o arrojo, o dinamismo e a simplicidade na comunicação.

O evento fez mais: denunciou a alienação das camadas cultas em relação à realidade do país e criticou as desigualdades sociais -assuntos que, mesmo um século mais tarde, permanecem atuais no Brasil. 



A SEMANA

A Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas ideias totalmente libertadas, nacionalista em busca de uma identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão. Não se tinha, porém, um programa definido: sentia-se muito mais um desejo de experimentar diferentes caminhos do que de definir um único ideal moderno.
  • 13 de fevereiro (Segunda-feira) - Casa cheia, abertura oficial do evento. Espalhadas pelo saguão do Teatro Municipal de São Paulo, várias pinturas e esculturas provocam reações de espanto e repúdio por parte do público. O espetáculo tem início com a confusa conferência de Graça Aranha, intitulada "A emoção estética da Arte Moderna". Tudo transcorreu em certa calma neste dia.
  • 15 de fevereiro (Quarta-feira) - Guiomar Novais era para ser a grande atração da noite. Contra a vontade dos demais artistas modernistas, aproveitou um intervalo do espetáculo para tocar alguns clássicos consagrados, iniciativa aplaudida pelo público. Mas a "atração" dessa noite foi a palestra de Menotti del Picchia sobre a arte estética. Menotti apresenta os novos escritores dos novos tempos e surgem vaias e barulhos diversos (miados, latidos, grunhidos, relinchos…) que se alternam e confundem com aplausos. Quando Ronald de Carvalho lê o poema intitulado Os Sapos de Manuel Bandeira, (poema criticando abertamente o parnasianismo e seus adeptos) o público faz coro atrapalhando a leitura do texto. A noite acaba em algazarra. Ronald teve de declamar o poema pois Bandeira estava impedido de fazê-lo por causa de uma crise de tuberculose.
  • 17 de fevereiro (Sexta-feira) - O dia mais tranquilo da semana, apresentações musicais de Villa-Lobos, com participação de vários músicos. O público em número reduzido, portava-se com mais respeito, até que Villa-Lobos entra de casaca, mas com um pé calçado com um sapato, e outro com chinelo; o público interpreta a atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista impiedosamente. Mais tarde, o maestro explicaria que não se tratava de modismo e, sim, de um calo inflamado…

ARTISTAS QUE PARTICIPARAM DA SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922

Artes Plásticas
  • Anita Malfatti (pintora)
  • Di Cavalcanti (pintor)
  • Vicente do Rego Monteiro (pintor)
  • John Graz (pintor)
  • Alberto Martins Ribeiro (pintor)
  • Oswaldo Goeldi (pintor)
  • Victor Brecheret (escultor)
  • Hidelgardo Leão Velloso (escultor)
  • Wilhelm Haarberg (escultor)
Literatura
  • Mario de Andrade (escritor)
  • Oswald de Andrade (escritor)
  • Sérgio Milliet (escritor)
  • Plínio Salgado (escritor)
  • Menotti del Picchia (escritor)
  • Ronald de Carvalho (poeta e político)
  • Álvaro Moreira (escritor)
  • Renato de Almeida (escritor)
  • Guilherme de Almeida (escritor)
  • Ribeiro Couto (escritor)
Música
  • Heitor Villa-Lobos (músico)
  • Guiomar Novais (músico)
  • Frutuoso Viana (músico)
  • Ernâni Braga (músico)
Arquitetura
  • Antônio Garcia Moya (arquiteto)
  • Georg Przyrembel (arquiteto)
Outras áreas
  • Eugênia Álvaro Moreyra (atriz e diretora de teatro)

Para saber mais sobre os artistas obras e características, segue uma lista de links:

DESTAQUES DO EVENTO

Interação com o público: Fique à vontade para aplaudir ou vaiar. Para expressar sua opinião sobre quadros como Colombina, de Ferrignac, basta colar um bilhete atrás da tela. Haverá obras de arte Acadêmica, bem ao gosto da burguesia, mas as novidades das vanguardas europeias desafiarão o consenso

Ideias arejadas: A intenção é fundir influências do exterior e elementos brasileiros, buscando as raízes da nossa cultura indígena, africana e caipira. Mas, ao contrário dos ufanistas, há também um fascínio pelas máquinas e pela chegada do progresso, como retratado na obra Homens Trabalhando, da artista Zina Aita.

Influência duradoura: Espera-se que obras como Cabeça de Cristo, de Victor Brecheret, façam com que
a Semana tenha um longo impacto. Por exemplo: Tarsila do Amaral não participará, mas certamente será influenciada – ela e Oswald de Andrade até já estão discutindo um novo movimento, o Pau-Brasil.

Polêmica no palco: Contemple as cores chocantes de O Homem Amarelo, de Anita Malfatti, e siga nesta vibração para a plateia do teatro. O poeta Menotti Del Picchia vai causar celeuma (e vaias?) com uma palestra sobre novos escritores. Villa-Lobos pretende confundir a plateia ao usar sapato em um pé e chinelo no outro. Nada de afronta: é só um calo inflamado!




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Imagem - QUIZ sobre a Semana de Arte Moderna



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