Conflitos
no Brasil Colônia
INTRODUÇÃO
A
colonização no Brasil não ocorreu sem conflitos. Primeiramente os
colonizadores tiveram problemas com os índios por causa de suas
terras e de sua liberdade e também conflitos com escravos.
Em
meados do século XVIII o Império colonial português estava em
crise e o Brasil passou a ser a principal fonte de riqueza de
Portugal aumentando assim a sua exploração colonial. Por isso se
iniciaram as revoltas dos colonos brasileiros.
Neste
trabalho veremos essas revoltas separadas em dois grupos: As revoltas
nativistas e as Revoltas contra o domínio português. Todas elas
podem ser consideradas Revoltas Anticoloniais.
As
revoltas nativistas não tinham o ideal nacionalista. Eram revoltas
locais entre grupos pelo domínio de uma região ou contra certos
abusos da metrópole. São elas: A Aclamação de Amador Bueno, A
Conjuração de "Nosso Pai", A Revolta dos Beckman, A
guerra dos Emboabas, A Guerra dos Mascates, Os Motins do Maneta e a
Revolta de Filipe dos Santos.
Já
as demais eram revoltas contra o domínio português no Brasil. São
movimentos que questionaram o sistema colonial e propuseram a
separação entre a colônia e a metrópole. São elas: A
Inconfidência Mineira, A Inconfidência Carioca, A Inconfidência
Baiana e a Revolução Pernambucana.
As
Revoltas Nativistas e Anticoloniais
No
final do século XVII, Portugal entrou numa crise econômica que cada
vez mais ia se agravando. Durante a União Ibérica, Portugal havia
perdido para os inimigos da Espanha muitas colônias da África e do
Oriente. Além disso, depois do domínio holandês no Brasil, os
preços internacionais do açúcar estavam caindo. Para enfrentar
esses problemas Portugal aumentou a exploração colonial sobre o
Brasil, tomando as seguintes medidas:
-
A criação das Companhias Gerais de Comércio.
-
Criação do Conselho Ultramarino (1642)
-
Perda de autonomia das Câmaras Municipais
-
O cargo de governador-geral deu lugar ao de vice-rei, que acumulou poderes sobre os colonos
Os
inúmeros conflitos ocorridos no século XVII são sintomas de
descontentamento que estas medidas administrativas provocaram no
Brasil. Nestes conflitos não se manifesta a ideia de independência.
São apenas lutas locais contra aspectos particulares do domínio
português.
Algumas
dessas revoltas não são bem conhecidas e permaneceram envolvidas em
lendas. Entre elas podemos citar: a Aclamação de Amador Bueno e a
Conjuração de "Nosso Pai". Outras mostram claramente um
conflito com a política econômica da metrópole: a Revolta dos
Beckman e a da Filipe de Santos. E também existem aquelas que
mostram um cunho regionalista e econômico: a Guerra dos Emboabas, a
Guerra dos Mascates e os Motins do Maneta.
CONFEDERAÇÃO
DO EQUADOR
O
que foi
A
Confederação do Equador foi um movimento político e revolucionário
ocorrido na região Nordeste do Brasil em 1824. O movimento teve
caráter emancipacionista e republicano. Ganhou este nome, pois o
centro do movimento ficava próximo a Linha do Equador. A revolta
teve seu início na província de Pernambuco, porém, espalhou-se
rapidamente por outras províncias da região (Ceará, Rio Grande do
Norte e Paraíba).
Em
Pernambuco, centro da revolta, o movimento teve participação das
camadas urbanas, elites regionais e intelectuais. A grande
participação popular foi um dos principais diferenciais deste
movimento.
Causas
principais
-
Forte descontentamento com centralização política imposta por D. Pedro I, presente na Constituição de 1824;
-
Descontentamento com a influência portuguesa na vida política do Brasil, mesmo após a independência;
-
A elite de Pernambuco havia escolhido um governador para a província: Manuel Carvalho Pais de Andrade. Porém, em 1824, D.Pedro I indicou um governador de sua confiança para a província: Francisco Paes Barreto. Este conflito político foi o estopim da revolta.
Objetivos
da revolta
-
Convocação de uma nova Assembleia Constituinte para elaboração de uma nova Constituição de caráter liberal;
-
Diminuir a influência do governo federal nos assuntos políticos regionais;
-
Acabar com o tráfico de escravos para o Brasil;
-
Organizar forças de resistências populares contra a repressão do governo central imperial;
-
Formação de um governo independente na região.
Reação
do governo e fim do movimento
Sob
o comando do almirante britânico Thomas Cochrane, as forças
militares do império atuaram com rapidez e força para colocar fim
ao movimento emancipacionista. Um dos principais líderes, Frei
Caneca, foi condenado ao fuzilamento. Padre Mororó, outra importante
liderança, foi executado a tiros. Outros foram condenados à prisão
como foi o caso do jornalista Cipriano Barata. Muitos revoltosos
fugiram para o sertão e tentaram manter o movimento vivo, porém o
movimento perdeu força no mesmo ano que começou.
CABANAGEM
Introdução
A
Cabanagem foi uma revolta popular que aconteceu entre os anos de 1835
e 1840 na província do Grão-Pará (região norte do Brasil, atual
estado do Pará). Recebeu este nome, pois grande parte dos revoltosos
era formada por pessoas pobres que moravam em cabanas nas beiras dos
rios da região. Estas pessoas eram chamadas de cabanos.
Contexto
histórico
No
início do Período Regencial, a situação da população pobre do
Grão-Pará era péssima. Mestiços e índios viviam na miséria
total. Sem trabalho e sem condições adequadas de vida, os cabanos
sofriam em suas pobres cabanas às margens dos rios. Esta situação
provocou o sentimento de abandono com relação ao governo central e,
ao mesmo tempo, muita revolta.
Os
comerciantes e fazendeiros da região também estavam descontentes,
pois o governo regencial havia nomeado para a província um
presidente que não agradava a elite local.
Causas
e objetivos
Embora
por causas diferentes, os cabanos (índios e mestiços, na maioria) e
os integrantes da elite local (comerciantes e fazendeiros) se uniram
contra o governo regencial nesta revolta. O objetivo principal era a
conquista da independência da província do Grão-Pará.
Os
cabanos pretendiam obter melhores condições de vida (trabalho,
moradia, comida). Já os fazendeiros e comerciantes, que lideraram a
revolta, pretendiam obter maior participação nas decisões
administrativas e políticas da província.
Revolta.
Com
início em 1835, a Cabanagem gerou uma sangrenta guerra entre os
cabanos e as tropas do governo central. As estimativas feitas por
historiadores apontam que cerca de 30 mil pessoas morreram durante os
cinco anos de combates.
No
ano de 1835, os cabanos ocuparam a cidade de Belém (capital da
província) e colocaram na presidência da província Félix Malcher.
Fazendeiro, Malcher fez acordos com o governo regencial, traindo o
movimento. Revoltados, os cabanos mataram Malcher e colocaram no
lugar o lavrador Francisco Pedro Vinagre (sucedido por Eduardo
Angelim).
Contanto
com o apoio inclusive de tropas de mercenários europeus, o governo
central brasileiro usou toda a força para reprimir a revolta que
ganhava cada vez mais força.
Fim
da revolta
Após
cinco anos de sangrentos combates, o governo regencial conseguiu
reprimir a revolta. Em 1840, muitos cabanos tinham sido presos ou
mortos em combates.
A
revolta terminou sem que os cabanos conseguissem atingir seus
objetivos.
REVOLUÇÃO
PRAIEIRA
Introdução
A
Revolução Praieira foi uma revolta de caráter liberal e
federalista ocorrida na província de Pernambuco entre os anos de
1848 e 1850. Dentre as várias revoltas ocorridas durante o Brasil
Império, esta foi a última. Ganhou o nome de praieira, pois a sede
do jornal comandado pelos liberais revoltosos (chamados de praieiros)
localizava-se na rua da Praia.
Contexto
e causas da revolta
Em
1848 o Senado brasileiro era dominado por senadores do Partido
Conservador. Os senadores conservadores vetaram a indicação, para
uma cadeira do Senado, do liberal pernambucano Antônio Chinchorro da
Gama. Este veto provocou uma revolta em determinado grupo de
políticos liberais de Pernambuco. Os pernambucanos também estavam
insatisfeitos com a falta de autonomia política das províncias e
concentração de poder nas mãos da monarquia.
Revolta
e reivindicações
Os
políticos liberais revoltosos ganharam o apoio de várias camadas da
população, principalmente dos mais pobres, que viviam oprimidos e
sofriam com as péssimas condições sociais. Os praieiros chegaram a
tomar a cidade de Olinda.
Em
1 de janeiro de 1849, divulgam o Manifesto ao Mundo. Neste documento,
os praieiros reivindicavam:
-
Independência dos poderes e fim do poder Moderador (exclusivo do monarca);
-
Voto livre e Universal;
-
Nacionalização do comércio de varejo;
-
Liberdade de imprensa;
-
Reforma do Poder Judiciário;
-
Federalismo;
-
Fim da lei do juro convencional;
-
Fim do sistema de recrutamento militar como existia naquela época.
Fim
da Revolta e consequências
A
rebelião foi derrotada pelas forças oficiais no começo de 1850.
Muitos revoltosos foram mortos durante os combates com as forças
oficiais. Os líderes e demais participantes foram presos e julgados,
embora tenham sido anistiados no ano seguinte.
A
REVOLTA DOS MALÊS
Introdução
A
Revolta dos Malês foi um movimento que ocorreu na cidade de Salvador
(província da Bahia) entre os dias 25 e 27 de janeiro de 1835. Os
principais personagens desta revolta foram os negros islâmicos que
exerciam atividades livres, conhecidos como negros de ganho
(alfaiates, pequenos comerciantes, artesãos e carpinteiros). Apesar
de livres, sofriam muita discriminação por serem negros e
seguidores do islamismo. Em função destas condições, encontravam
muitas dificuldades para ascender socialmente.
Causas
e objetivos da revolta
Os
revoltosos, cerca de 1500, estavam muito insatisfeitos com a
escravidão africana, a imposição do catolicismo e com a
preconceito contra os negros. Portanto, tinham como objetivo
principal à libertação dos escravos. Queriam também acabar com o
catolicismo (religião imposta aos africanos desde o momento em que
chegavam ao Brasil), o confisco dos bens dos brancos e mulatos e a
implantação de uma república islâmica.
Desenvolvimento
da revolta
De
acordo com o plano, os revoltosos sairiam do bairro de Vitória
(Salvador) e se reuniriam com outros malês vindos de outras regiões
da cidade. Invadiriam os engenhos de açúcar e libertariam os
escravos. Arrecadaram dinheiro e compraram armas para os combates. O
plano do movimento foi todo escrito em árabe.
Fim
da revolta
Uma
mulher contou o plano da revolta para um Juiz de Paz de Salvador. Os
soldados das forças oficiais conseguiram reprimir a revolta. Bem
preparados e armados, os soldados cercaram os revoltosos na região
da Água dos Meninos. Violentos combates aconteceram. No conflito
morreram sete soldados e setenta revoltosos. Cerca de 200 integrantes
da revolta foram presos pelas forças oficiais. Todos foram julgados
pelos tribunais. Os líderes foram condenados a pena de morte. Os
outros revoltosos foram condenados a trabalhos forçados, açoites e
degredo (enviados para a África).
O
governo local, para evitar outras revoltas do tipo, decretou leis
proibindo a circulação de muçulmanos no período da noite bem como
a prática de suas cerimônias religiosas.
Curiosidade:
-
O termo “malê” é de origem africana (ioruba) e significa “o
muçulmano”.
BALAIADA
O
que foi
Revolta
popular ocorrida no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841.
Motivos
do conflito
Grande
parte da população pobre do estado era contra o monopólio político
de um grupo de fazendeiros da região. Estes fazendeiros comandavam a
região e usavam a força e violência para atingirem seus objetivos
políticos e econômicos.
Como
começou e os fatos mais importantes
-
No mês de dezembro de 1838 o líder do movimento, Raimundo Gomes, invadiu a prisão de Vila Manga para libertar seu irmão. Acabou aproveitando a situação e libertando todos outros presos.
-
Em 1839 os balaios (como eram chamados os revoltosos), fizeram algumas conquistas como, por exemplo, a Vila de Caxias. Conseguiram também organizar uma Junta Provisória.
-
O governo maranhense organizou suas forças militares, inclusive com apoio de militares de outras províncias, e passou a combater fortemente os balaios. Com a participação de muitos escravos fugitivos, prisioneiros e trabalhadores pobres da região, os balaios conseguiram obter algumas vitórias no início dos conflitos.
-
O coronel Luís Alves Lima e Silva foi nomeado pelo Império como governador da província do Maranhão com o objetivo de pacificar a revolta. O Barão de Caxias, que mais tarde seria duque, foi eficiente em sua missão e reconquistou a Vila de Caxias.
O
enfraquecimento do movimento e o fim da revolta
-
Após perder a Vila de Caxias, o comandante dos balaios, Raimundo Gomes, se entregou as tropas oficiais.
-
Em 1839, após a morte de Balaio, Cosme Bento (ex-escravo) assumiu a liderança dos balaios. Em 1840 ele partiu, com centenas de revoltosos para o interior.
-
Em 1841, já com o movimento enfraquecido, muitos balaios resolverem se render, aproveitando a anistia concedida pelo governo.
-
Em 1841, o líder Cosme Bento foi capturado e enforcado. Era o fim da revolta.
A
GUERRA DOS FARRAPOS
O
que foi
Também
conhecida como Revolução Farroupilha, A Guerra dos Farrapos foi um
conflito regional contrário ao governo imperial brasileiro e com
caráter republicano. Ocorreu na província de São Pedro do Rio
Grande do Sul, entre 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845.
Causas
-
Descontentamento político com o governo imperial brasileiro;
-
Busca por parte dos liberais por maior autonomia para as províncias;
-
Revolta com os altos impostos cobrados no comércio de couro e charque, importantes produtos da economia do Rio Grande do Sul naquela época;
-
Os farroupilhas eram contrários a entrada (concorrência) do charque e couro de outros países, com preços baratos, que dificultada o comércio destes produtos por parte dos comerciantes sulistas.
Os
desdobramentos do conflito
-
Em setembro de 1835, os revolucionários, comandados por Bento Gonçalves, tomaram a cidade de Porto Alegre, forçando a retirada das tropas imperiais da região.
-
Prisão do líder Bento Gonçalves em 1835. A liderança do movimento passa para as mãos de Antônio de Souza Neto.
-
Em 1836, os farroupilhas obtêm várias vitórias diante das forças imperiais.- Em 11 de setembro de 1836 é proclamada, pelos revoltosos, a República Rio-Grandense. Mesmo na prisão, os farroupilhas declaram Bento Gonçalves presidente.
-
No ano de 1837, após fugir da prisão, Bento Gonçalves assume de fato a presidência da recém-criada República Rio-Grandense.
-
Em 24 de julho de 1839, os farroupilhas proclamam a República Juliana, na região do atual estado de Santa Catarina.
O
fim do movimento
-
Em 1842, o governo imperial nomeou Duque de Caxias (Luiz Alves de Lima e Silva) para comandar uma ação com objetivo de finalizar o conflito separatista no sul do Brasil.
-
Em 1845, após vários conflitos militares, enfraquecidos, os farroupilhas aceitaram o acordo proposto por Duque de Caxias e a Guerra dos Farrapos terminou. A República Rio-Grandense foi reintegrada ao Império brasileiro.
A
SABINADA
Introdução
A
Sabinada foi uma revolta feita por militares, integrantes da classe
média (profissionais liberais, comerciantes, etc) e rica da Bahia. A
revolta se estendeu entre os anos de 1837 e 1838. Ganhou este nome,
pois seu líder foi o jornalista e médico Francisco Sabino Álvares
da Rocha Vieira.
Causas
da Sabinada
Os
revoltosos eram contrários às imposições políticas e
administrativas impostas pelo governo regencial. Estavam
profundamente insatisfeitos com as nomeações de autoridades para o
governo da Bahia, realizadas pelo governo regencial.
O
estopim da revolta ocorreu quando o governo regencial decretou
recrutamento militar obrigatório para combater a Guerra dos
Farrapos, que ocorria no sul do país.
Objetivos
Os
revoltosos queriam mais autonomia política e defendiam a instituição
do federalismo republicano, sistema que daria mais autonomia política
e administrativa às províncias.
República
Bahiense
Com
o apoio de vários integrantes do exército, os revoltosos foram para
as ruas e tomaram vários quartéis militares. No dia 7 de novembro
de 1837, tomaram o poder em Salvador (capital). Decretaram a
República Bahiense, que, de acordo com os líderes da revolta,
deveria durar até D.Pedro II atingir a maioridade.
Repressão
e como terminou
O
governo central, sob a regência de regente Feijó, enviou tropas
para a região e reprimiu o movimento com força total. A cidade de
Salvador foi cercada e retomada. Muita violência foi usada na
repressão. Centenas de casas de revoltosos foram queimadas pelas
forças militares do governo.
Entre
revoltosos e integrantes das forças do governo, ocorreram mais de 2
mil mortes durante a revolta. Mais de 3 mil revoltosos foram presos.
Assim, em março de 1838, terminava mais uma rebelião do período
regencial.
FONTES:
- http://alunoesperto.com/revoltas-anticoloniais
- http://www.gondim.net/2012/06/historia-do-brasil-completa.html
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimentos_separatistas_no_Brasil
LINKS PARA PESQUISA:
GERAL:
CONFEDERAÇÃO
DO EQUADOR:
CABANAGEM:
REVOLUÇÃO
PRAIEIRA:
A
REVOLTA DOS MALÊS:
BALAIADA:
A
GUERRA DOS FARRAPOS:
A
SABINADA:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sabinada
http://www.infoescola.com/historia/sabinada/
http://www.brasilescola.com/historiab/sabinada.htm
http://www.estudopratico.com.br/revolta-da-sabinada-causas-e-lideres-desta-historia/
http://www.infoescola.com/historia/sabinada/
http://www.brasilescola.com/historiab/sabinada.htm
http://www.estudopratico.com.br/revolta-da-sabinada-causas-e-lideres-desta-historia/
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