O QUE É MITO
Na Grécia Antiga, os sentidos primordiais
da palavra mythos (mythos) eram os de palavra ou
discurso. Na literatura grega, mythos surge com o sentido
de história ou narrativa a transmitir através da palavra.
O mito é, antes de mais, uma narrativa cuja
existência depende da materialização na palavra falada ou escrita,
do contar alguma coisa a alguém. Enquanto tal, o mito é
a estrutura que permanece independentemente da sua
materialização literária. Quer isto dizer que um mito
não é o mito. Ao longo dos tempos, um mesmo mito pode ser
preenchido e enriquecido com diversos pormenores e atualizações. De
realçar portanto o aspecto dinâmico, a possibilidade que o mito tem
de evoluir, de ser enriquecido, ou pelo contrário, de ser
empobrecido e, inclusivamente, de desaparecer. O mito é, assim,
passível de construção, reconstrução e atualização.
Os aspectos que caracterizam o mito na Antiguidade
Clássica grega são o facto de este ser uma narrativa anônima,
fabulosa, de aceitação colectiva e com localização num tempo
indeterminado. Enquanto narrativa, o mito é uma história que se
conta relativa a acontecimentos e personagens do passado. O seu autor
não é identificado. Enquanto narrativa de autor anônimo, o mito é
produto de um patrimônio cultural colectivo. É uma narrativa
fabulosa, na qual há a intervenção de construções imaginárias.
O seu tema pertence pois ao fundo lendário, étnico e imaginário de
uma determinada cultura, tem por base uma tradição popular que se
perde na origem do tempo. Colectivamente aceite, o mito acaba muitas
vezes por ser integrado no sistema religioso.
As personagens dos mitos são seres
extraordinários: deuses e
heróis. Os deuses são imortais. Os heróis são, ou semideuses, ou
filhos de mortais e de divindades, ou mortais filhos de mortais que,
pelos seus feitos, merecem ultrapassar a dimensão humana.
Os tipos de mitos mais vulgares são os
seguintes:
- Mito teogônico - relata o nascimento dos deuses, as suas genealogias e parentescos;
- Mito teológico – descreve as suas histórias, casamentos, afetos e relações;
- Mito cosmogônico – debruça-se sobre a criação e o ordenamento do mundo e dos seus elementos. De destacar a quase universalidade deste tipo de mitos, reflexo da preocupação do homem em relação às suas origens e da tentativa de ordenar e compreender, de um modo natural e evolutivo, o universo exterior e envolvente;
- Mito antropogônico - narra a criação do homem;
- Mito antropológico – prolonga o anterior, descrevendo as características e o desenvolvimento do gênero humano;
- Mito heroico – narra as atividades dos heróis que (tal como Prometeu) melhoraram as condições do homem;
- Mito etiológico – explica a origem das pessoas, dos animais, dos lugares e das coisas; pesquisa as causas por que se constituíram as tradições, procurando encontrar episódios que justifiquem os nomes (tendo um nome cuja origem desconhecemos, inventa-se uma história que o explique; uma vez assimilada e aceite, esta pode converter-se num mito);
- Mito naturalista – justifica, miticamente, os fenômenos naturais, telúricos, astrais e atmosféricos (como o homem não conseguia explicar o relâmpago e o trovão, inventou um deus – Zeus – que era o senhor do raio e do trovão);
- Mito moral – relata as lutas entre o Bem e o Mal, entre anjos e demônios, entre forças ou elementos contrários, procurando retirar uma conclusão moral e esclarecedora;
- Mito escatológico – faz uma antevisão do futuro, do homem após a morte, do fim do mundo;
- Mito soteriológico – apresenta o universo da iniciação e dos mistérios, dos rituais, dos percursos purificadores.
O QUE É MITOLOGIA
A Mitologia é o estudo de mitos, lendas
e a interpretação dos mesmos em alguma cultura. Mitos são
histórias populares ou religiosas complexas, com vários pontos de
vista, das pessoas que viviam na época em que os mitos foram
criados. Normalmente é uma narrativa, na qual se usa a linguagem
simbólica, e que busca retratar e descrever a origem e suposições
de alguma cultura, explicar a criação do mundo, do universo, ou
qualquer assunto de difícil explicação.
Os mitos geralmente retratam o mundo como ele era
antes de o conhecermos. O tempo, o lugar e os personagens
sobrenaturais e divindades fizeram com que muitos mitos tivessem um
cunho religioso, sendo que em algumas religiões restam alguns
resquícios mitológicos.
As mitologias mais conhecidas são as seguintes:
- Mitologia Mesopotâmica
- Mitologia Nórdica
- Mitologia Hindu
- Mitologia Africana
- Mitologia Persa
- Mitologia Fenícia
- Mitologia Germânica
Atualmente, fala-se de uma Mitologia Moderna,
advinda de lendas
urbanas e de várias outras fontes.
Exemplos claros são alguns desenhos e séries de
televisão, que trazem inclusive personagens que defendem deuses. O
desenho Cavaleiros do Zodíaco, por exemplo, é baseado em algumas
mitologias, como a Grega, a Egípcia e a Nórdica.
Considerando, portanto, que a mitologia é um
conjunto de lendas e mitos de alguma cultura, pode-se dizer que
existem inúmeras mitologias, dos mais variados locais, como as
Mitologias: Asteca, Maia, Etrusca, Eslava, Iurubá, Babilônica,
Africana, Bantu, Chinesa, Japonesa, Havaiana, Guarani, Malaia,
Navajo, Suméria, Judaica, Islâmica, Inca, entre outras.
FONTES:
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